O senador Marcos do Val (Podemos-ES) deve manter a festa de lançamento de um livro em Vitória, um dia após ser alvo de uma operação da Polícia Federal autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A obra mostra a trajetória do parlamentar e conta como foram os primeiros quatro anos dele no Senado federal. Na ocasião, ele também deve comemorar os 52 anos, completados nesta quinta-feira (15).
Conforme mostra o convite privado do evento enviado a amigos e aliados e que o g1 teve acesso, o parlamentar vai aproveitar a oportunidade para comemorar o aniversário de 52 anos. Questionada se a festa seria mantida mesmo após a operação, a assessoria do parlamentar não confirmou o cancelamento até a última atualização desta reportagem.
A cerimônia está marcada para ocorrer às 19h desta sexta-feira (16), na Avenida Saturnino Rangel Mauro, no bairro Jardim da Penha, em Vitória. Procurada pelo g1, a assessoria de do Val confirmou que ele está em Vitória.
“O senador Marcos do Val tem a satisfação de convidá-lo(a) para o lançamento do livro que registra a sua trajetória e os quatro primeiros anos de mandato no Senado Federal. Na ocasião, também será comemorado o seu aniversário”, diz o texto no convite.
Senador Marcos do Val está em Vitória para lançamento de livro marcado para ocorrer nesta sexta-feira (16) — Foto: Reprodução
Ao todo, a Polícia Federal cumpriu dois mandados de busca e apreensão em endereços ligados a ele no Espírito Santo. Além disso, agentes da corporação vasculharam seu gabinete no Senado, onde o acesso a jornalistas chegou a ser proibido.
A assessora de imprensa do senador disse que do Val não foi detido, não prestou depoimento hoje (quinta-feira) e não chegou a ir para a sede da Polícia Federal no Espírito Santo. À noite, foi confirmado que o senador deve depor na polícia apenas no início da próxima semana.
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Senador Marcos Do Val (Podemos-ES) em entrevista após sofrer buscas em seus endereços nesta quinta-feira (15). — Foto: Reprodução/GloboNews
O depoimento também foi determinado pelo ministro Alexandre de Moraes.
Perfis nas redes sociais retirados do ar
O Twitter, Facebook e Instagram derrubaram as contas oficiais do senador Marcos do Val (Podemos-ES), após determinação de bloqueio feita pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
A primeira rede social a sair do ar foi o Twitter, caindo por volta das 17h. Já por volta das 18h, foram bloqueados o Instagram e o Facebook, onde o senador contabilizava mais de 940 mil e 3,6 milhões de curtidas, respectivamente.
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Perfil oficial de Marcos do Val no Instagram foi bloqueado na tarde desta quinta-feira (15) — Foto: Reprodução
Investigações contra do Val
Marcos do Val é investigado por obstruir investigações sobre os atos golpistas de 8 de janeiro. Indícios que basearam a operação são postagens do senador em redes sociais. Por conta disso, o ministro Alexandre de Moraes também determinou que o senador preste depoimento.
Em fevereiro deste ano, do Val acusou o ex-presidente Jair Bolsonaro e o ex-deputado Daniel Silveira de organizarem uma reunião, no fim do ano, para propor o envolvimento do senador em um plano de golpe de Estado.
De acordo com apuração divulgada pela jornalista Julia Dualibi, na GloboNews, os mandados de busca e apreensão contra o senador estão respaldados em investigação que apura a prática dos seguintes crimes previstos no Código Penal, incluindo os que foram inseridos pela Lei 14.197/2021, que tata dos crimes contra as instituições democráticas:
- Artigo 153: divulgar sem justa causa conteúdo de documento particular ou de correspondência confidencial, de que é destinatário ou detentor, e cuja divulgação possa produzir dano a outro. A pena é de detenção de um a seis meses ou multa;
- Artigo 288: associar-se a três ou mais pessoas para o fim de cometer crimes (associação criminosa). A pena é de um a três anos de reclusão;
- 359-M: tentar depor o governo legitimamente constituído por meio de violência ou grave ameaça (golpe de estado). A pena vai de 4 a 12 anos de reclusão;
- 359-L: tentar, com emprego de violência ou grave ameaça, abolir o Estado Democrático de Direito (abolição violenta do Estado Democrático de Direito). A pena varia de 4 a 8 anos de reclusão.
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